tag:blogger.com,1999:blog-61097258543147222442024-03-13T08:12:39.947-03:00Zebra XadrezAndré Yonezawahttp://www.blogger.com/profile/15647152562033149640noreply@blogger.comBlogger54125tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-15784456213241088562010-12-16T23:52:00.003-02:002010-12-17T20:01:55.313-02:00Inté- ...Não é questão de abandonar tudo, mas sim uma oportunidade de ter um recomeço; de fazer tudo com outros erros, com outras vozes e com outros alguéns. Quem você deixará nessa vida, nunca será deixado, todas essas pessoas que ficarão construiram dentro de você um pedaço que pode ser chamado 'delas'. É só uma oportunidade que o tempo lhe propôs. Uma maneira de se reencontrar, ou de achar uma parte que estava perdida todo esse tempo...<br />-Mas e se eu não me der bem?<br />- Aí está, você sempre acaba bem. Me dê um abraço, que já está na hora de ir!<br /><br />Aquele abraço selou a promessa de nunca esquecer as pessoas que estiveram presente em sua outra vida.Karina Lopeshttp://www.blogger.com/profile/07869010106967594404noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-85923691577333629792010-12-13T01:01:00.006-02:002010-12-13T10:43:41.583-02:00ParisPela janela as luzes da cidade tornavam-se insuportavelmente hipnotizantes. Talvez a quantidade de álcool que tomara para apartar a briga não fora o suficiente para ultrapassar uma mísera dor de cabeça. Aquela festa havia levado a essência do que ela era, agora, apenas queria ser.<br />Queria ser a menina que desistiu de tudo só pra seguir com ele, que rezava para que aquela mancha de batom fosse sua e para que os segredos que confinara morressem naquele momento com o rapaz.<br /><br />Satine levantou, e puxando Christian disse: "Paris, ao anoitecer, já não é tão bonita assim".Karina Lopeshttp://www.blogger.com/profile/07869010106967594404noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-44391746928948555082010-09-24T23:26:00.002-03:002013-01-22T21:59:29.464-02:00México''Nunca imaginei estar deitado sob o mesmo teto de estrelas com alguém como você, construindo uma história de amor que durará apenas mais um dia...''<br />
disse o rapaz olhando para a viajante, enquanto se acomodava entre os grãos de areia.<br />
A menina, depois de seis meses pelo México, prefiriu no último dia não querer acordar, para não ter que continuar sem ele. Queria ficar apenas a olhar o reflexo das estrelas se afogando naquele pedaço do mar caribenho, jogando suas palavras ao vento e dividindo o mesmo pedaço da areia com o rapaz...<br />
<br />
Mas o que restou foram aquelas palavras, que ficaram ecoando em seus ouvidos, banhadas ao som da maré.Karina Lopeshttp://www.blogger.com/profile/07869010106967594404noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-6516515820447952262010-06-15T20:03:00.003-03:002010-06-15T20:21:55.726-03:00Caro Novo Amor,Desculpe se não o trato de um modo mais formal, mas creio que se lembre que somos conhecidos de longa data. Sei que conhece tanta gente, afinal é tão citado em músicas e em tantos textos de desconhecidos, mas sou aquela que da última vez você deixou aos prantos, abandonou. Foi apenas a Saudade que ficou para me consolar. Como pode? Algo tão doce ter acabado assim. Espero que agora seja diferente, tenho dúvidas se devo deixá-lo prender-se em mim; se vale a pena encontra-lo.<br />Digo que não depositarei toda a minha confiança em seus braços, você terá que conquista-la aos poucos. Conquistar o meu sorriso e minha paciência. Penso estes serem pontos mínimos estabelecidos entre nós, já que você entrou em minha vida sem pedir permissão, veio como se nunca tivesse me derrubado.<br />Só não traga a Ausência, estamos brigados. E nem a Tristeza e a Solidão, ouvi dizer que não são boas companhias.<br />Não sei se é tarde ou cedo demais para esperá-lo, mas o que posso dizer? Não temos hora marcada. Apenas o aguardo para conversarmos bobagens, sorrirmos, discordarmos...Para que complete a outra metade existente em mim.<br />Escrevo junto ao Coração e espero que se tornem amigos.Karina Lopeshttp://www.blogger.com/profile/07869010106967594404noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-80728565341207702802010-04-11T18:57:00.006-03:002010-04-11T22:53:00.911-03:00O outroDeixando a mão escorregar pela outra metade do colchão sentia que o calor do outro corpo tinha ido embora...Esfriara tão rápido ou há muito tempo?<br />Abriu os olhos lentamente, queria não ter a certeza.<br />Era como se metade de si não estivesse mais ali.<br />Espreguiçou-se e deixou os olhos fixos na coberta que parecia intocada, como se o outro corpo apenas tivesse desaparecido.<br />Olhou ao redor; a porta da varanda agora estava aberta e o vento insistia em entrar para esfriar-lhe cada vez mais o coração.<br />Entendeu tudo.<br />Esperava apenas que ele não tivesse se jogado da varanda, afinal, era uma longa caminhada do sétimo andar até o chão.<br />Entendeu tudo aquilo como se não quisesse entender.<br />Se não entendesse todos aqueles anos seriam apenas longos sonhos.<br /><br /><br /><br />O engraçado é que até hoje dorme com a porta da varanda aberta como se esperasse, até um dia, ele voltar.Karina Lopeshttp://www.blogger.com/profile/07869010106967594404noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-45650133754672487582010-03-21T04:52:00.010-03:002010-03-21T16:45:59.974-03:00Pôr-do-solHoje parei para ver o pôr-do-sol, assim sem motivo algum. A luz alaranjada cortou minha janela e veio ter com os meus olhos um encontro raro. Percebi então que tenho cada vez mais perdido da vista as cores da vida. Sei que cheguei ao fundo, pois registrei numa fotografia o céu daquele momento. Ele estará no mesmo lugar, todos os dias até que eu não esteja mais aqui, e muito além disso, ainda assim, guardei-o na gaveta como quem guarda qualquer memória usada. Guardei com medo de nunca mais vê-lo, medo de que amanhã o Sol nem nasça, ou que o tempo nuble e o esconda sobre as nuvens. Que medo tolo. Estou deixando a rotina me secar.<br />Tenho visto o tempo como uma pequena ampulheta, como poucas horas escorrendo devagar, mas consumindo vorazmente cada segundo, comendo da minha fome, bebendo da minha sede, vivendo da minha vida de forma tão intensa, que cada um dos segundos estilhaçados, leva consigo outros segundos, e durante um só suspiro, feito um ciclo vicioso, um dia inteiro escorreu pelo ralo, deixando-o entupido... Deixando-me engasgado.<br />Hoje parei para ver o pôr-do-sol, e vi também, muitas horas depois, uma borboleta repousando no chão. Tomado por uma irracionalidade, quase a pisoteei, mas, graças! Não o fiz. Ajoelhei-me, e colocando a ponta do dedo indicador ao seu lado, deixei que ela subisse em minha mão e me levasse para voar, pois tenho andado muito por terra, e toda essa poeira urbana entope o pulmão. Os olhares da rua tem me intimidado, conjugo o verbo passear somente recheado de vergonha. Parece até que procurar a paz se tornou uma mistura de crime e compromisso... Temos que marcar hora para ouvir os passarinhos piando, e temos que fazê-lo escondidos. Logo mais, não duvido, será preciso os engaiolar para poder, na privacidade de nossos lares, escutar que seja uma triste canção de cárcere. Que desumanidade, tirar dos céus a melodia para alimentar tão mesquinho desejo.<br />No meu corpo, tudo o que me fazia vivo tem se rendido a mecanização. Meu coração tem batido só para pulsar o sangue, não marcam mais embalos ou paixões. Minhas pernas correm mesmo quando estou parado, se movem com medo de ficarem para trás, como se tudo fosse uma grande maratona. As mãos e lábios, céus, não contam mais histórias, a escrita tem saído muda e a voz tem grafitado em branco.<br />Hoje parei para ver o pôr-do-sol, e, ao final das contas, foi ele quem parou para me ver. E ele me contou que por trás de todas as nuvens coloridas, o tempo tem mais areia que mil Saharas, e que tal como a borboleta, ao chão só cabe o nosso repouso, pois viver é voar.<br /><br /><br /><br /><div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_Tt2wOtyx55A/S6XjmjTGOHI/AAAAAAAAAIA/FefoCRHWvLc/s1600-h/DSC05936.JPG"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 300px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_Tt2wOtyx55A/S6XjmjTGOHI/AAAAAAAAAIA/FefoCRHWvLc/s400/DSC05936.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5451013175451727986" border="0" /></a><span style="font-style: italic;">E como foi lindo o pôr-do-sol de hoje... Respirei de um sossego que a muito não respirava, e pude, ainda perdido em tal, tecer da calmaria as palavras que aqui foram registradas.</span><br /></div>André Yonezawahttp://www.blogger.com/profile/15647152562033149640noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-11707490405001144342010-02-22T22:24:00.003-03:002010-02-22T22:40:12.776-03:00SilêncioOi gente! Pois é, eu sei que eu sumi. E que o blog tá meio abandonadinho... mas temos uma justificativa: pessoal, os três integrantes deste blog tão querido está em ano de vestibular. E isso é sinônimo de: correria, tensão e desespero. Peço desculpas em nome dos três, mas é que está realmente complicado.<br /><br />Comentário deste post de hoje: não é o melhor que eu posso fazer, eu sei. ;_;<br /><br /><strong>Silêncio</strong><br /><br /><em>A vida exige muito de cada um de nós, às vezes um esforço contra a natureza humana. Dentro de cada um de nós existe uma auto-cobrança anormal: de agradar ao marido, de pôr comida na mesa, de estar feliz o tempo tempo, de compreender tudo o que acontece a nossa volta... E esquecemos que somos humanos. </em><br /><em>Há momentos que a gente precisa fugir da rotina, dos medos, dos tormentos, das pessoas, das lágrimas e até dos sorrisos. Certas horas a gente precisa de um refúgio de nós mesmos. Precisamos esquecer do tempo, da mente, da alma. Às vezes a gente só precisa de silêncio. De nos transmitir a um mundo unicamente nosso, de sonhar, de nos elevar.</em><br /><em>O silêncio é amigo, companheiro. Quando a vida está no limite, ele lhe auxilia, ajuda, guia. Ele vai lhe mostrar a saída das suas aflições. Ele conforta, e nos faz enxergar detalhes da vida que não estão em tanta evidência. </em><br /><em>Na sua libertação de si mesmo, o silêncio é a melhor fuga.</em>Patrícia Dorileohttp://www.blogger.com/profile/16512793039403597183noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-89906178569675018252010-02-16T23:06:00.000-02:002010-02-16T23:07:26.679-02:00Janela de Passagem<span style="color:#cccccc;">(parte 7)</span><br /><br />Os degraus terminavam juntamente com aquela vida de conforto que durou aproximadamente 18 anos. Fernando, enfim, deixaria aquela casa carente em busca de outras ilusões.<br />Pelo barulho da madeira, Morena sabia que seu filho esperava seu ultimo toque: se dissesse não, sairia na manhã seguinte, escondido; se dissesse sim, teria o sorriso do filho, um abraço, um adeus, e a incerteza...Mas a incerteza de que?<br />Virou-se; olhou com aquele aperto de coração materno para o filho, e... apenas olhou.<br />“Desse jeito coração nenhum aguenta”.<br />Preferiu, não falar sobre o sim ou não; preferiu deixar por conta da vida traiçoeira que o guiaria dali para frente; preferiu dar um abraço envolvendo-o como se tivesse apenas cinco anos, sendo apenas o seu menininho.<br /> ‘Vai...Vai além dessa janela se tem oportunidade, e se der, volta um dia pra me buscar.’<br />‘...Eu volto mãe, eu volto.’<br />‘Vai e volta com Ele.’<br />Sorriu dentro daquele contexto apertado e baixou os olhos.<br />Baixou os olhos só pra’quela janela ver.<br />Voltara a espera de Seu José.<br /><br />Fernando levantou as trouxas com aquele ar de leveza, e sentiu-se livre pela primeira vez.<br />E a primeira vez que se sente a liberdade correr as veias, é única.<br />Escutando a porta bater, Morena entendeu. Entendeu o que era a incerteza que a assustava alguns minutos antes, era a incerteza de aquele filho, o único que podia protege-la, nunca mais voltar.Karina Lopeshttp://www.blogger.com/profile/07869010106967594404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-89694673783711779622010-01-28T00:02:00.002-02:002010-01-28T00:05:30.356-02:00Janela de Passagem<span style="color:#cccccc;"> (parte 6)</span><br /><br />Naquele segundo andar andava, impacientemente, Fernando.<br />Único filho que havia puxado Seu José na pele clara. Mas outro filho que queria ir mais do que além, sair daquela sua janela. Iria contra a vontade de sua mãe; sairia um pouco para fazer cinema, estava a dois dias do seu ‘passe de liberdade’, mas as malas já estavam feitas, esperando por ele na beira da porta.<br />Impaciência e indecisão deixavam com que continuasse.<br />Mais passos...Cadeira, mesa, gaveta, papel, caneta, fotografia.<br />Deixaria o sudeste com rumo ao sul; deixaria o amor com rumo a liberdade.<br />Escrevia agora uma carta, admirando as estrelas por aquela janela imensa do seu quarto.<br />Havia um papel com apenas algumas frases curtas; frases dirigidas para uma menina conhecida por Pequena, que morava no fim da rua, em cima do bar.<br />Dizia que tinha que ser rápido, e que tudo o que ele teria a dizer ela já sabia, mesmo que soubesse apenas de um jeito duvidoso.<br />Completou as frases com palavras bonitas, e terminou a carta com um ‘até breve’.<br />Voltou a olhar as estrelas por aquela imensidão escura, deixou seus olhos passearem pelo vácuo transposto pela janela, e agora via apenas o brilho do quarto da pequena no fundo, do outro lado da quadra. Tudo, enquanto pensava: ‘Até breve quando, pequena?’<br />Largou a caneta; deixou a janela, dobrando o papel e colocando no meio uma fotografia dos dois; pegou as malas e seguiu em rumo as escadas, enfrentaria agora o último porém: Morena.Karina Lopeshttp://www.blogger.com/profile/07869010106967594404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-84924521708060884582010-01-17T07:42:00.002-02:002010-01-17T07:43:32.362-02:00Soldado aladoLá fora chove... Sei porque ouço baterem os pingos na janela do meu quarto. Queria sentir a água acariciar minha pele, provar um pouco do frio que a brisa noturna trás. Seria tão fácil saciar meu desejo, apenas duas portas até a sacada e alguns passos até o beiral, e estaria vulnerável a minha ânsia, tal como um guerrilheiro estaria à sua morte. Reluto, não o faço... Assim, simples desse jeito... Não caminho até aonde o céu nublado me veja.<br />A grandeza embalante do que me cerca é mais forte, me amedronta. As luzes do centro da cidade vêm de longe sendo vagarosamente consumidas pela escuridão até virarem sombras de vaga-lume que cintilam dançando o coaxar das rãs e o chiar dos grilos, brindando em um suspiro aliviado o sono das vidas, o repousar do caos. Reina a serenidade. Quem sou eu para quebrá-la?<br />Meus olhos trincados de negar vontade buscam refúgio entre quatro paredes, transito em parafuso pelo piso de madeira, andando em círculos sem querer cessar. Sei onde minhas pernas querem me levar, não dou trégua, temo o mundo e ligo o ar condicionado. Não o faço por calor, mas por silêncio... Rezo para que seu ruído finde as vozes da noite, quero só a paz.<br /><br />E, no entanto, a cada rota de fuga que busco, percebo voltar a um beco sem saída; A maçaneta me encara, eu desvio o olhar. O vento vem trazer perturbação. Assopra forte e atira chuva contra minha janela, emudece o compressor, não há mais paz. E que ironia nessa hora eu descobrir que quando se trilha um círculo, o único destino é o estonteamento.<br />Cambaleio até o interruptor. Desligo a luz por precaução... Não sei o quê pode estar me observando. A falta de luz me cega, chego próximo a janela, e com dedos trêmulos destravo suas abas. Caio em mim quando pelas brechas recém abertas entra o inimigo destemido. Dois pares de asas velozes, grandes olhos vidrados em mim... Suas armas estalam e atiram para ferir-me sem dó. Corro em formas mil, hei de encontrar uma saída! Quadrados, triângulos, espirais e esperanças. Meu dedos sangram, roi as unhas até arrancar a pele. Mato a goles férreos o rubro visco da vida, e de repente não há mais madeira sob meus pés... Corri tanto que cavei um buraco, estou agora em terra batida e cascalho. Trincheira de guerra... Estou em guerra. O que eu ouço não são pingos d’água, são flechas de fogo buscando minha pele, clamando o saciar da fome de cortar meu couro, e cantando em coro a brasa e a prata.<br /><br />Deixo o desespero me dominar. Há um exército inteiro ao redor de minha fortaleza, e sou apenas um homem. Em minhas mãos tenho a honra de todos os meus companheiros mortos em batalha, nada além disso, não tenho armas.<br />Abaixo a cabeça buscando sonhar uma saída; Não sou só um homem, sou o sobrevivente! Sou o ultimo cavaleiro, a esperança derradeira.<br />A honra agora é uma bomba relógio, corro para minha antiga rival, a maçaneta, e unindo forças a ela, liberto-me de meus temores. Feito búfalo errante ataco a porta de vidro que me separa do campo de batalha, numa única investida arrebento-a e rolo sobre seus destroços. O sangue é ferro, protege minha pele.<br />Tenho, tal como a vida, somente uma chance de acertar meu golpe. Miro então o principal vilão, o berço de escuridão e flamas que rege todo o batalhão da noite. Galopeio pela sacada, pisando à pele nua sobre cacos de vidro e sangue, arrebento a tela do beiral e vôo rumo ao exército do Céu. Soldado alado se apresentando, senhor!<br /><br /><br /><div align="right">17/01/10</div>André Yonezawahttp://www.blogger.com/profile/15647152562033149640noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-78519697377410627302009-12-21T14:06:00.002-02:002009-12-21T14:08:59.339-02:00SeSe você me amasse iria atrás de mim na primeira oportunidade.<br />Se você me amasse iria até o inferno para tentar ficar ao meu lado.<br />Se você me amasse atravessaria quaisquer fronteiras para olhar-me nos olhos.<br />Se você me amasse faria de tudo para me roubar um sorriso.<br />Se você me amasse faria o impossível parar me convencer de tal amor.<br />Se.<br />E só se.Patrícia Dorileohttp://www.blogger.com/profile/16512793039403597183noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-90378449081966762812009-12-08T00:59:00.001-02:002010-01-14T05:20:12.056-02:00LabirintoAlém de cada passo, há você...<br />E é pouco todo o espaço, pra dizer<br />Que nesta vil tortura, quedo eu,<br />Ao repetir a trilha de um Teseu<br /><br />Que dos raios de luz, só teve o breu<br />Que céus, por cruel pena, fez-se meu;<br />E ante a pior fera, pôs-me a ter,<br />Pior que um minotauro ou outro ser,<br /><br />Nas heras que ferroam diamantes<br />Do tenro peito dos loucos amantes,<br />O ardor qual eu, caído herói, consinto.<br /><br />Sem lã nem fuga, não renego a mim<br />O sufoco dos muros de marfim<br />De amor nefasto que dói; Labirinto.<br /><br /><br />03/12/09André Yonezawahttp://www.blogger.com/profile/15647152562033149640noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-4821903322708508832009-11-28T16:20:00.003-02:002009-11-28T16:37:09.284-02:00Viva la Revolución!Eu estou cansada, é! Quer saber? Cansei de ouvir por aí que mulher só é inteligente se sabe dirigir e fazer cálculos de matemática avançada, por isso começarei um movimento contra tamanhas asneiras!<br />Mulher inteligente é muito mais que isso.<br />Mulher inteligente tem um bom papo; facilidade com as palavras e um vocabulário extenso; tem argumentos; está sempre lendo um bom livro e fala, pelo menos, umas três línguas distintas fluentemente.<br />Ela sabe diferenciar uma escala de dó de uma de sol; ouve uma boa música e não um punhado de baixarias; vai ao teatro sempre que consegue; dá ênfase às poesias; e gosta de cinema - sem idolatrar Kubrick, mas sabendo que até uma comédia boboca tem seu valor.<br />É <em>descolada </em>e <em>moderninha; </em>conhece o mundo; já passou por infinitas situações, e tem o emprego fixo dos sonhos.<br />Portanto, nós, mulheres, precisamos nos unir e dizer para muta gente que mulher é tudo isso e muito mais (às vezes até encara um cálculo de matemática avançada)! Por um mundo menos machista.<br />E tenho dito.Patrícia Dorileohttp://www.blogger.com/profile/16512793039403597183noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-85150686896030063202009-11-06T14:14:00.001-02:002009-12-03T22:34:48.712-02:00InsoniaO ser silencioso apenas é angustia... Personifica na barba mal feita o desejo de ser só, enquanto a garganta, atada num nó, faz do ser silencioso somente ser o nada.<br />O nó na garganta desata, e ata o peito a bater.<br />Um suspiro rompe o silêncio, põe-se acelerado, pensamentos a correr.<br />E fulgentes pétalas vermelhas, chovem como o fogo do ontem e do amanhã...<br />Tempestade me afoga, vento corta a alma... Alma cortada, corta a vida.<br />Cessa o ar, a veia, o sonho... Resta ao mundo apenas corpo... Jardins noturnos, nunca mais.<br />A cafeína consumiu o fechar de meus olhos.<br />O ser abatido ri sozinho da vida. As fotografias correm sua mente, deixando-a com tom sépia, e cheiro de armário velho.<br />A cabeça despenca sobre a mesa de madeira... A luminária balança, os papéis escorregam ao chão, e os olhos se fecham pela ultima vez.<br />O silêncio é quebrado novamente.<br />- Apaga a luz amor... Vem deitar aqui na cama que amanhã ainda é terça, e tu bem cedo te levanta e pega rumo pro trabalho.André Yonezawahttp://www.blogger.com/profile/15647152562033149640noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-20946541121821908482009-10-20T16:02:00.002-02:002009-10-20T16:08:33.675-02:00Eu não ligo mas me irrito (parte1)Eu não ligo mas me irrito.<br />Olho ao meu redor, observo as pessoas atentamente e me sinto extremamente irritada com quem não tem nada a oferecer - seja um ombro amigo, uma ajuda, amor ou uma teoria revolucionária. Com quem não tem nada na cabeça se não um vazio.<br />Mundinho medíocre esse o meu, que vivo rodeada de pessoas que mais s epreocupam em comentar sobre todas as festas que foi naquela semana e as roupas que comprou na ponta de estoque. Por que será que tem gente que SÓ fala disso? Não me chamou para a festa e não comprou roupa para mim... não ligo! Tem também os que querem só falar de quem "pegou" noite passada e de que "bebeu todas e ficou muito louco". E os que só sabem falar de si mesmos? Aterrorizante! Tanto narcisismo para nada! Ou eles realmente pensam que nós nos interessamos por tudo o que aocntece com eles? Lamento, só. E ainda tem gente que tudo o que fazer da vida é fofocar e viver pelos outros. E é sempre uma fofoca inútil, que não muda a realidade de ninguém! "Você viu? A maricota comprou um carro novo!" Ah é? Bom para a Maricota!<br />O problema não é falar de festas, falar da noite passada e suas aventuras, falar de si mesmo e fazer fofoca. O problema é falar somente de festas e fofocas, e não saber dialogar sobre qualquer outro assunto que seja menos dispensável.<br />Pessoal alienado não faz meu gênero... não ligo mas me irrito.Patrícia Dorileohttp://www.blogger.com/profile/16512793039403597183noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-24708153679410477092009-10-13T00:57:00.003-03:002009-10-13T03:41:49.374-03:00Prólogo<div style="text-align: center; font-style: italic;">"Doce-dia, fique triste não. Fique nunca, sempre nunca, e eterna e tenra.<br /> Cura a face, e entre as pedras faz seu riso.<br /> E feito Sol, brilha e irradia, todo e qualquer dia, só ria, sorria... Só sorria."<br /><br /><br /><br /><br /><br /><div style="text-align: left;"><span style="font-style: italic;"><span style="font-style: italic;">Tenho muito a escrever, mas não encontro as palavras certas para fazê-lo... Hora sei que encontrarei, e por mais que eu prefira buscá-las pelo resto de minha vida, breve, muito breve, talvez até forçando os olhos para cegar-me ante o inevitável, sei que feito os cantos da madrugada, sussurrarão em meu ouvido: "Estou indo embora...".<br /></span></span></div></div>André Yonezawahttp://www.blogger.com/profile/15647152562033149640noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-37113970699658054222009-10-06T17:05:00.004-03:002009-10-10T19:12:00.979-03:00Janela de Passagem<span style="color:#cccccc;">(parte 4)<br /></span><br />Apoiado na janela, observando o mulatinho, estava André, ‘o ator’. Ator mesmo de comercial de pasta de dente e remédio para diarréia. Nada mais.<br />Prezava por ter uma inspiração igual a do moleque.<br />Mas o desprezo das pessoas pelo seu amor ao teatro haviam o levado ao fundo do poço.<br />Observava o menino relendo um roteiro o qual um dia era pra ter feito. O relia todo dia; toda hora, só para saber que erro cometera ao ter encenado na frente dos juizes. Nunca achava um 'porque', e quando achava não tinha certeza se era por isso, sentia que nunca iria saber...Mas de uma coisa sabia: estava louco para ir comprar a sua Vodka Russa falsificada no bar da esquina, isso sim! Isso sim o deixava feliz.<br /><br />Olhou para a janela apenas para ver se anoitecia calmamente. Mas trombou seus olhos com Morena, a qual gritava para João ir logo abrir aquele maldito portão.<br /><br /><br /><span style="color:#cccccc;">(parte 5)</span><br /><br />Morena chegava em casa com suas sacolas: leite, açúcar, pão; alface, tomate, salsinha; laranja, banana e carambola.<br />João procurava por balinhas devolvidas como o troco entre elas.<br />Não as achava, se desinteressava, e ia, novamente, em busca de voar.<br />Morena arrumava umas coisas ali, ajeitava umas panelas aqui, e preparava a janta.<br />Ligava a TV enquanto o fazia. Hora sagrada: novela; assunto do dia amanha na manicure, quando desviados da vida de outro cidadão.<br />Olhava pela vidraça embaçada da janela a lua querendo se mostrar.<br />Panela, Salsinha, Novela...Tudo feito, tudo pronto.<br />Acabou-se mais um episódio daquela vida de ficção.<br />Iria viver a sua realidade; iria se por na janela, naquela mesma janela que horas antes João brincara com seu avião.<br />Ficaria ali, em estátua, esperando Seu José voltar.<br />Mas porque ficava esperando seu marido embriagado, que agora estava jogado em qualquer bar de esquina, para que voltasse e repetisse as mesmas dores da noite anterior?<br />Porque aquele coração infeliz pulsava incansavelmente por aquele amor já inexistente; pulsava pela ultima gota de sangue que as desculpas eram válidas, e de aquilo jamais iria acontecer...<br /><br />Perdida na sua espera e nos seus pensamentos ouvia os passos impacientes vindos do andar superior.Karina Lopeshttp://www.blogger.com/profile/07869010106967594404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-36531083310419148312009-10-01T00:28:00.004-03:002009-10-01T02:06:50.057-03:00Sobre o frioE eis que outro dia nasceu cinza, filho dos males da vida. Não há o que discutir quando assim raia a manhã. Basta a nós somente tomar um bom banho quente, pegar um bom e empoeirado casaco no fundo do armário, e ir encarar o mundo como os seres humanos que somos.<br />Em dias como esse, é normal sentir frieza vinda de todos os lados... O povo Cuiabano é naturalmente caloroso, e isso parece ter a ver com o calor da cidade, beirando ou passando dos quarenta graus quase sempre. A rotina é agitada, o Sol não da trégua, e esfacela qualquer um que tente encarar a correria com roupas bonitas e cabelos arrumados. Fico com pena dos advogados, que para manter a formalidade da profissão, saem por ai com seus pesados ternos e muito gel no cabelo para estarem apresentáveis à seus clientes. Eles devem gostar quando cai a temperatura, não ficam suados e nem precisam sair com gel melando até as sobrancelhas.<br />Fora os advogados, no frio, percebo menos alegria nas pessoas... Sei que como eu, todos acordam sem vontade de acordar, e muitos ainda por cima tomam um banho gelado de trincar os ossos, e saem antes da claridade para pegarem seus ônibus rumo à suas próprias histórias. Não tem muitos acenos, nem muitos "bom dia" pelo caminho. O cobrador do ônibus manuseia com cara amassada o dinheiro e por vezes erra o troco, parece estar ainda em sua casa levandando da cama. O trabalhador faz mais força que o normal para passar pela catraca, e logo desaba próximo a uma janela e encara o mundo pelo vidro como se tentasse encontrar alguma motivação no asfalto que rapidamente é deixado para trás. Não há no entanto nenhum grande consolo para o começo de um dia frio. Vê-se de seu casulo no máximo um gato morto próximo ao meio fio ou algumas pombas voando desajeitadas pelo topo dos prédios.<br />O ônibus para no ponto da praça Alencastro, próximo a prefeitura, e dele saem ainda como lagartas os Cuiabanos. Secretárias e comerciantes se espalham pelos casebres e edifícios do centro, e a cidade vai ganhando vida pouco a pouco. E mesmo com quatorze graus ferindo a pele, o Cuiabano faz seu serviço da forma costumeira, sem pestanejar e esperando que no decorrer do dia encontre seu motivo para sorrir.<br />Assim é vencido o frio em Cuiabá, vezes com caras rabugentas, resmungos, e uma teimosa esperança de ver no MTTV um novo anúncio de: "Previsão de trinta e nove graus e meio na capital para amanhã". No fundo no fundo, Cuiabano é meio pecilotérmico, e apesar de praguejar o calor do meio-dia, não sabe viver sem ele. Dia de frio tinha mais é que ser feriado municipal... Algo do tipo "Dia do urso" ou sei lá.André Yonezawahttp://www.blogger.com/profile/15647152562033149640noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-19384690818180706262009-09-27T15:42:00.001-03:002009-10-01T00:21:18.135-03:00Sobre o amor romântico<p>Eu sou uma romântica. Romântica incansável, injuriada e imutável. Deus que me perdoe, mas haja paciência com os de coração de gelo! Os que não demonstram seus sentimentos me deixam extremamente irritada. Não há vergonha alguma em dizer ao amado o tamanho de seu amor e lhe prometer o céu e as estrelas! Lembre-se que arrependimento não mata...Por que dizer que "pegou um monte noite passada" é mais legal que dizer "eu amo aquela mulher com todas as forças"? Não é, não! Pois fique sabendo que amar é muito melhor que pegar.Falar de amor deveria ser algo natural, como ao dizer para a sua amiga que comprou um par de sapatos. E admitir que os românticos são sempre os mais cogitados deveria ser algo universal (porque faça-me o favor: bad boy?!)Inclusive, não é o mundo que precisa de mais amor e mais romantismo. São as pessoas. Porque o amor está aí, de graça, mas ele é dependente das pessoas para florescer. E o romantismo, ó céus! Por que não fazes mais românticos como antigamente? Que mulher não quer ser chamada de "meu amor"? Que mulher não gosta de receber flores, seguidas de uma carta melosamente linda? E que homem não gosta de carinho, de ser considerado um verdadeiro príncipe?Amar com romantismo é unissex, de graça e faz bem. Por um mundo mais apaixonado!<br /></p><p> </p><p> </p><p><em>e se encontrares algum assim, dê valor.</em></p>Patrícia Dorileohttp://www.blogger.com/profile/16512793039403597183noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-36913685808193343982009-09-21T17:24:00.002-03:002009-09-21T17:31:52.257-03:00Janela de passagem<em><span style="color:#c0c0c0;">(parte 1)</span></em><br /><em></em><br />Duda dirigia-se a janela dos fundos como fazia rotineiramente. Abria-a com a audácia de um praieiro esperando por mais uma manhã de sol...Triste saber que ali era de chuva.<br />Se já não bastassem as botas batidas ficaria ali agora, eternamente, esperando por ele passar. Esperando pela ausência que nunca será preenchida, apenas tampada com um pouco de tempo dentro da saudade.<br /><br /><em><span style="color:#c0c0c0;">(parte 2)</span></em><br /><em></em><br />D’outro canto da casa estava dona Inácia, típica senhora -avó de Duda-, com seu vestido de flores azuis. Agarrada ao peitoril da janela de conversinha com Dona Inês, fofocando mais uma vez da Morena:<br />“Mas essa Moreninha! Será que não cansa de crescer barriga não?”.<br />“Deixa ela, Na... d’ela ainda são só três, e você que teve nove para alimentar?”<br />“Os tempos são outros, Nê! São outros...”.<br />E seguiam-se os nas e nês até a panela de pressão chamar pelo almoço.<br /><br /><em><span style="color:#c0c0c0;">(parte 3)</span></em><br /><em><span style="color:#c0c0c0;"></span></em><br />Do outro lado da rua estava João Antônio: mulatinho, sete anos, sonhador.<br />(<em>Sonhador... Palavra tão desejada entre muitos daqueles cantos</em>).<br />Olhava a janela como se fosse doce. Estava esperando sua mãe, Morena, voltar da quitanda, enquanto brincava com seu aviãozinho de papel; furava nuvens e atingia estrelas, ora aviador, ora astronauta, seguia cometas e pegava passageiros de todos os cantos.<br />Ia de janela a janela imitando o som do motor, parava às vezes para olhar se sua Mãe chegara, se estivesse ali teria de deixar o avião em modo automático e ir ajudar com as compras, mas enquanto ela não chegava dirigia seus olhos ao céu, tendo apenas a janela como a barreira para o infinito.Karina Lopeshttp://www.blogger.com/profile/07869010106967594404noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-8362116316915215282009-09-16T21:37:00.013-03:002009-09-16T23:31:49.125-03:00Breve análise do amor como bem indispensável de uma sociedade consumistaMeus queridos, O Amor é muito simples! Diferente de uma casa de pau com lareira de madeira, ele não incendeia. Não se preocupe então em ter um extintor de incêndio por perto antes de amar.<br />Presumo que ele também não seja venenoso, visto que nunca vi ninguém morrer depois de dar ou receber rubras rosas preciosas e românticas, exceto é claro, quando dentro do buquê vem uma colméia de abelhas de brinde, coisa que não é muito comum... Eu acho.<br />Não é radioativo, disso eu tenho certeza! Quando alguém perto de você disser "Meu coração está para explodir de amor", não corra para o abrigo antibomba mais próximo, será muito deseducado! A explosão de um coração apaixonado não libera partículas Beta, aliais, um coração explodindo libera no máximo uns litros de sangue e algumas víceras. Coisa boba!<br />O ponto que quero chegar é; Se o amor fosse um produto, seria não-perecível, do tipo que você doa em eventos beneficentes. Seria também de livre acesso, nada de "Manter fora do alcance de crianças". Fora do alcance, fora do alcance, ORAS! Deixe mais é que as crianças aprendam a usar o amor, aprendam a amar. Já temos tão pouco nessa vida, e ainda nos vem com "O amor machuca". O amor não machuca, as pessoas é que machucam. E para esses casos, temos novamente o amor! Tem remédio melhor? Você vai ao médico e diz "Doutor, sou um doente do coração amargurado", e o doutor, com toda a sabedoria do mundo responde; "Meu rapaz, vá até o mercado, a choperia, ou qualquer lugar mais próximo, e arranje uma boa dose de um novo amor". Pronto, está ai a cura, é só buscá-la. Só pra constar, não daria certo vender o amor em farmácias. Ele certamente teria uma porção de genéricos, e, apesar de ninguém querer um amor genérico para si, todo mundo iria comprar. Sabe como é, brasileiro adora um troço mais barato.<br />Se fosse um doce, o amor seria um bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Diferente daqueles bolos de festa enfeitados com glacê, chantily, pasta americana e galhos de árvores silvestres, o bolo de cenoura é simples em sua essência. É delicioso, todo mundo gosta, e cai como luva em qualquer dia da semana. O bolo de festa, diga-se de passagem, cai sempre como uma bota. Uma bota no estômago.<br />O amor talvez devesse mesmo ser um bem de consumo que desse pra comprar no mercado, na mercearia, e que pudesse ser comido todos os dias da semana para adocicar a vida. Tem tanta gente ai no mundo, e tão pouco amor sendo produzido... Depois, quando mecanizarem a produção e começar a vir amor sintético embalado à vácuo, ninguém vai querer comprar. Também, cá para nós, máquina não sabe fazer amor, só a gente sabe.André Yonezawahttp://www.blogger.com/profile/15647152562033149640noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-37808294551723767822009-08-24T16:37:00.003-03:002009-08-26T14:19:53.467-03:00Gente, não me matem! Ok, eu sei que eu sou a "blogueira" mais relaxada de todas... mas... me desculpem pela demora? :( E de qualquer forma eu não criei nada novo (na realidade tenho vários textos prontos, mas que não estão comigo). E por isso vou postar algo que representa muito o MEU momento. E é do gênio, né. :)<br /><br /><em>Eu, Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis. Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém. Já abracei pra proteger, já dei risada quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amado, mas também já fui rejeitado, fui amado e não amei. Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas, "quebrei a cara" muitas vezes! Já chorei ouvindo música e vendo fotos. Já liguei só pra ouvir uma voz, me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo)! </em><br /><em>Mas vivi! E ainda vivo! Não passo pela vida... E você também não deveria passar! Viva ! <strong>Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é MUITO para ser insignificante.</strong></em><br /><br />Charlie Chaplin.Patrícia Dorileohttp://www.blogger.com/profile/16512793039403597183noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-50018856811107573272009-08-14T16:14:00.003-03:002009-08-14T16:26:32.586-03:00Um pequeno passo para o homem<span style="font-style: italic;">(Só para constar, este texto foi escrito três dias depois do quadragésimo aniversário da chegada do homem à Lua)</span><br /><br />Existe além do carpete cor de palha, um piso de madeira... Está velho e gasto, mas ainda está. Além do piso, passou ainda a poucos instantes uma barata pela velha tubulação. Ela passou despreocupada, pois lá em baixo, não há quem a queira pisar, não há mesmo! E ela caminhou por alguns minutos, uma eternidade para quem tem vida tão curta e tão dura. Parou na beira de uma vala qualquer, e pensou (se é que barata pensa) em seu jantar... Se pudesse, sei que comeria caviar com trufas, ou filé à moda da casa, mas na falta de algo melhor, baratas comem... O que as baratas comem? Insetos menores, eu acho. Nunca estudei as baratas em toda a minha vida. Se eu for parar para pensar, na verdade estudei muito pouco, e tudo inútil. Não me interessa saber que o meristema é responsável pelo crescimento da planta, poxa! Ela cresce, não cresce? Isso seria mais do que o suficiente. Ai, se um dia me perguntarem o que comem as baratas, eu vou responder; "Não sei, mas sei que as plantas crescem por causa dos meristemas...". Mas isso não vem ao caso, voltemos à barata. Lá estava a barata, pensando em caviar e filé enquanto comia pequenos insetos (?) e bebia... Barata bebe? Acho que não, mas nenhum ser vivo vive sem água, então barata bebe. Retomando, e bebia uma deliciosa água recém-chovida em uma poça cristalina, quando, repentinamente desviou sua atenção da comida, e reparou em um ser humano passando pela rua... O filé queimou e o caviar acabou de repente, e na cabeça da barata, só havia o ser humano. Não o ser humano que está agora deitado em sua cama box com seu travesseiro de pena de ganso, e sim aquele que caminhava encharcado pela chuva que acabara de cair... Que caminhava sem pressa pela escuridão, sem medo. A barata, que também não tinha medo, perguntou a si mesma se seria aquele ser humano, lá no fundo, semelhante a ela... Ele certamente não comia caviar com trufas, muito pelo contrário, provavelmente algo um pouco melhor que os pequenos insetos... Não vivia pelos velhos encanamentos, mas certamente seu pequeno AP era repleto destes.<br />A barata pensou em se comunicar com aquele ser, que apesar de tão grande, lhe parecia agora tão igual, mas não sabia falar... Hesitou então. Precisava pensar rápido, pois seu irmão agora caminhava mais apressado, voltava a chover. Decidiu então, numa louca atitude, correr atrás dele e se comunicar como fosse possível. Daí, como nunca em sua vida, disparou pelo asfalto. Não havia mais o carpete macio cobrindo o piso, que por sua vez a deixava segura no encanamento, mas havia a coragem, toda a coragem do mundo em uma barata (Isso me soôu meio irônico, eu detesto baratas). Naquela hora, não haviam exércitos capazes de pará-la, era uma maratona solitária, uma busca por um elo qual ela tinha total certeza de que se criaria. A barata e o homem, o homem e a barata... As patinhas quase se desprendiam do corpo, mas, se ela era capaz de sobreviver até a uma explosão atômica, não cederia por algo tão importante e tão próximo.<br />Há quarenta anos e três dias o homem chegava lá, chegava na Lua, e descobria que, para a decepção de todos não tinhamos um queijão suiço rodeando a Terra. Hoje, quarenta anos e três dias depois, a barata chegou lá usando de todo o seu esforço de pequeno artrópode, mas claro, não disse uma frase marcante como a de Neil Armstrong porque barata não fala. Não houve também trilha sonora (apesar de eu achar que Moby cairia muito bem com o momento). Contrariando todas as leis da natureza, a barata afinal descobriu seu elo com o homem, e três milésimos de segundo depois, descobriu que esse elo doia mais do que qualquer dor que já havia sentido. Mais do que qualquer Hiroshima devastada. MALDITO SAPATO 42!André Yonezawahttp://www.blogger.com/profile/15647152562033149640noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-84682623629465935092009-08-07T19:55:00.004-03:002009-09-08T20:54:06.089-03:00pai!Nesta postagem dei-me ao trabalho de homenagear uma das figuras (presente ou não) em nosso dia-a-dia: nossos pais.<br /><em>"O <strong>Dia dos Pais</strong> tem origem na antiga Babilônia há mais de quatro mil anos. Um jovem chamado Elmesu moldou em argila o primeiro cartão. Desejava sorte, saúde e longa vida a seu pai."</em><br /><em></em><br />Segundo domingo de agosto no Brasil, e tantos outros dias por ai.<br />Mas sempre o mesmo: pai.<br />Pai que deixa o filho, pai que não larga de nenhum jeito; pai que esquece, que sente saudade; pai que não tem mais filho, filho que não tem mais pai; pai que não sabe se é pai, e que nunca vai saber; pai que te irrita, pai sério, pai de circo; pai desleixado, pai que saiu de casa, pai que faz de tudo pra estar em casa, e pra botar algum dinheiro ali. Pai que conquista, pai que destrói... Mas ainda, pai.<br />Pai assim, daquele jeito...<br />Aqui, festejado pela primeira vez no dia 14 de Agosto de 1953. Mas antes de toda essa jogada da mídia e dos lucros ganhos em cima, tem o seu significado, o realmente importante: o valor e o respeito que damos a ele.<br />Pai é sempre herói, por mais anti-herói que por fora seja. <br />Domingo, presentes, família, recordações, avôs (mais ainda pais), mais presentes, almoço, abraços, sorrisos.<br />Precisam de palavras? Aqui, um abraço vale muito mais.<br />E quanta gente não consegue falar com seu ‘herói’, não consegue trocar nada mais que um bom dia, ou apenas algumas poucas noticias jogadas fora, é assim.<br />Não existe nenhum lugar escrito que para amarmos alguém temos que nos dar 100% bem com a pessoa. Não existe. Ainda mais quando o seu pai decide ser um daqueles brincalhões, inconvenientes nas piores horas, vontade é a de socar, mas agüenta, você será assim um dia.<br />E quando ainda vem com história de que ‘isso será para o seu próprio bem’? Sim, isso dói, mas em quase todas às vezes – quase - ele está falando sério. Ou ele simplesmente fala isso pra não ter que ir às 4 horas da manhã te pegar em algum posto/lugar/festa/ou sabe-se lá aonde.<br />E também, quem um dia vai estar na posição de pai é você, vai ter um filho que vai querer fazer tudo o que os outros amigos fazem, sendo escondido ou não. Vai ter que criar a ‘caixinha’ pronta para cada sermão de tal dia. Você que vai ter que buscar seu filho às 4 da manhã num posto no meio do nada. E para os que, por alguma desventura terão filhas, vão ter que agüentar o querido namorado dela dando um ‘perdido’ nas suas cervejas. Acredite, vocês vão reclamar disso.<br />Pai se faz de difícil quando o filho vai, e diz que também gosta de ter um quarto a mais na casa, mas mesmo assim ainda fica triste...Triste. Aquele quarto vazio, sabe que vai dar aquele aperto, aquela saudade. E quando filho volta? Põe a casa a baixo pra brigar. Só pra se fazer de ‘fortão’.<br />Só para não te deixar lembrar das lágrimas caídas na formatura ou no seu aniversário de 15 anos. É, é assim.<br />E pai que só tem filhas então? Que doa saber que o responsável por só ter meninas é ele, e que a espera do tal campeão vai ser a mais em vã possível, mas também, não trocaria nenhuma das meninas, por mais que odeiem futebol, carros e seus afins.<br />Por menos que ele te acompanhe na vida e por mais que ele tenha te deixado falando com as paredes, ele vai ter o mínimo de uma pontinha de orgulho do que nos tornaremos um dia, afinal, cada conquista nossa, é uma vitória para ele.<br />E por último, mas de muito longe o menos importante, como já dizia Vinícius de Moraes: <em>“Quem nunca teve um pai que ronca não sabe o que é ter pai”.<br /></em>Acho que nenhum comentário é realmente necessário (principalmente depois de todas as noites em que os roncos teimaram em atravessar as paredes e atingiram o nosso sono).<br />Assim...É assim.<br />Pai é chato e sabe ser ruim, sabe fingir e sabe que tem horas que tem que fazer o maior desagrado possível, mas nunca nos deixará para trás, pelo menos, é o que esperamos dele.<br />Da forma que for, do jeito que seja, pai é importante sim! E por mais difícil que isso agora pareça, respeite essa figura paterna, por que um dia (ai, um dia!), você sentirá uma saudade incondicional dele, e ficará a pensar: qual seria o sermão dessa vez?<br /><br />A todos os Pais, ausentes, presentes, de consideração, inconseqüentes, companheiros, heróis...E especialmente, ao <em>meu</em> pai.Karina Lopeshttp://www.blogger.com/profile/07869010106967594404noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6109725854314722244.post-18522219001948226652009-07-25T15:58:00.002-03:002009-07-26T14:49:52.970-03:00Meio ParNão me soquem (mesmo sabendo que eu mereço) por conta deste texto. Encontrei-o perdido aqui, e honestamente não consegui escrever um novo para a postagem. Um dia eu re-posto esse daqui um pouco "melhorado" hehe.<br />Beijo<br /><br /><br /><em>Ela já sabia que seria um desastre desde o começo. Conhecia-o da escola, quando ela tinha 14 anos, ele 15. Tão boba. Fazia todas as vontades dele, e mesmo assim ele a tratava como “algo”. Mais boba porque ainda desse jeito levou adiante.<br />Estava apaixonada, e ele queria aventurar-se. Acabou que se casaram aos 21 anos dele, e ela engravidou. Se tudo estava errado antes, com o casamento ficou muito pior.<br />A ingênua começou a enxergar a realidade. Seu marido nunca estava feliz. Queria o que via na televisão, cobiçava o que era dos outros, não se contentava com o que tinha. Nem com a esposa. Além de tudo era cínico:<br />- Diz que a gente sempre foi um par! – falava para a mulher.<br />Estava sempre na rua, nunca o encontrava em casa. Finais de semana, então! Achavam que tinha morrido. Saía no domingo para jogar sabe-se lá o quê (mas o troféu nunca aparecia!), e só voltava no raiar da segunda-feira.<br />Até que um dia provou do próprio remédio e perguntou para a mulher:<br />- Como é que um filho meu é tão diferente assim de mim? – e deu-se o fim.</em><br /><em></em><br /><em></em><br />Inspirado na música<em> Um Par </em>dos Los Hermanos.Patrícia Dorileohttp://www.blogger.com/profile/16512793039403597183noreply@blogger.com0