sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Insonia

O ser silencioso apenas é angustia... Personifica na barba mal feita o desejo de ser só, enquanto a garganta, atada num nó, faz do ser silencioso somente ser o nada.
O nó na garganta desata, e ata o peito a bater.
Um suspiro rompe o silêncio, põe-se acelerado, pensamentos a correr.
E fulgentes pétalas vermelhas, chovem como o fogo do ontem e do amanhã...
Tempestade me afoga, vento corta a alma... Alma cortada, corta a vida.
Cessa o ar, a veia, o sonho... Resta ao mundo apenas corpo... Jardins noturnos, nunca mais.
A cafeína consumiu o fechar de meus olhos.
O ser abatido ri sozinho da vida. As fotografias correm sua mente, deixando-a com tom sépia, e cheiro de armário velho.
A cabeça despenca sobre a mesa de madeira... A luminária balança, os papéis escorregam ao chão, e os olhos se fecham pela ultima vez.
O silêncio é quebrado novamente.
- Apaga a luz amor... Vem deitar aqui na cama que amanhã ainda é terça, e tu bem cedo te levanta e pega rumo pro trabalho.

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