Visto que não era este que eu queria postar (é que eu não encontrei um outro, rs)... espero que gostem =) (e entendam o recado! haha)
Sorria: você está sendo filmado!
O mundo está cada vez mais chato! Os dias passam e as pessoas se estressam por qualquer coisinha, fecham a cara e esquecem de sorrir. Gente chata... Poxa, vamos deixar para emburrar apenas em situações irremediáveis, caso contrário: dê risada! E muita!
O riso extravasa todos os problemas do dia-a-dia, acalma os ânimos, traz paz de espírito e é a base da alegria. Ele contagia e é contagiante; é impossível não esboçar um sorrisinho quando vê um bebê dando uma gargalhada bem espontânea!
Você anda na rua e a única imagem que vê é: pessoas com ar mal humorado, andando depressa, pensando em problemas e trabalho e dificuldades... Não param um segundo para refletirem sobre e enxergar que isso só faz mal.
Deixe-me contar algo que aconteceu comigo dia desses... Estava indo para um curso a pé, e tinha que atravessar uma praça, e nesta há tantas pombas, Deus, quanta pomba! (E eu não gosto nada dessas criaturinhas peculiares...) E, de repente, uma delas veio voando na minha direção. Acabei me apavorando, óbvio! Um rapaz passou ao meu lado e disse “Olha lá a pomba, moça!”. Não me aguentei e ri muito, incontrolavelmente!
Apesar de ter sido um pouco constrangedor, preferi levar na brincadeira e dar risada, a me irritar à toa. Inclusive, por ter acontecido esse (terrível) caso comigo, sei que consegui arrancar um risinho de qualquer passante perdido em busca de um minuto sequer de refúgio do estresse diário, nem tão passageiro assim (mesmo que sem querer).
Por isso, conselho de alguém que quer a felicidade generalizada: sorria, e bastante! Exercite essa mandíbula com algo além de reclamar, rapaz! Faz bem para o bem-estar, para o coração e para a mente. Vale a pena, garanto!
sexta-feira, 29 de maio de 2009
sábado, 23 de maio de 2009
Soneto a quem passa
Alô alô leitores, venho eu novamente vos falar em um novo post do Zebra... Esta semana que se passou foi corrida, pois voltei de viagem no domingo, e passei dias cheios de coisa pra ajeitar. Mas hoje felizmente estou tranquilo e sem compromisso algum (graças às maquinas de xerox, que agilizaram meu trabalho de copiar matéria escolar atrasada). Então, sem mais demoras, o post de hoje, bem singelo; Um soneto que escrevi a umas semanas atrás, qual ao menos para mim, foi um marco (talvez mais por motivos pessoais do que por outros). Espero que gostem.
Soneto a quem passa
Passas tão perto de mim todo dia
E sequer nota minha existência
Não há no mundo maior penitência
Ainda assim, sem ti não sorriria.
E como algo mais que idolatria
Faz brotar em meu peito abstinência
Não há espada ou cruz que me convença
Que uma morte, por ti em vão seria.
E se da forma qual desejo ver-te
Qualquer dolência em mim se conssumasse
Trairia-me ao perder-me em sua face;
Pois das dores, seria a mais amena
Afogar-me por ti, então, pequena
Num poço claro, sonho azul e verde.
(P.S; Logo logo farei um post especial, haha, aguardem...)
Soneto a quem passa
Passas tão perto de mim todo dia
E sequer nota minha existência
Não há no mundo maior penitência
Ainda assim, sem ti não sorriria.
E como algo mais que idolatria
Faz brotar em meu peito abstinência
Não há espada ou cruz que me convença
Que uma morte, por ti em vão seria.
E se da forma qual desejo ver-te
Qualquer dolência em mim se conssumasse
Trairia-me ao perder-me em sua face;
Pois das dores, seria a mais amena
Afogar-me por ti, então, pequena
Num poço claro, sonho azul e verde.
(P.S; Logo logo farei um post especial, haha, aguardem...)
domingo, 17 de maio de 2009
Serial Killer
Tal texto não evidencia qualquer rastro da minha personalidade. Construi "Serial Killer" com a intenção de tentar compreender a mente deles. Li um livro com título quase homônimo ("Serial Killer: louco ou cruel?") há algum tempo. Espero que não me julgue através deste.
Enjoy, :*
Serial Killer
Maquinalmente vou criando planos; mirabolantes para alguns, completamente efetuáveis para mim. Independem de bons motivos: para mim sendo motivo já é bom. Meu cérebro é uma engrenagem que não pára um segundo sequer; não se cansa nunca.
Alguns chamam de doença, eu chamo de dom. Tenho absoluta certeza que não é qualquer um que consegue fazer o que eu faço. Já fui chamada de louca e esquisofrênica, mas tudo o que fiz foi em sã consciência.
Minha sede não é de sangue, é de dor. Da dor alheia, do choro, do desespero, do chamado do outro. Soa frio, eu sei, eu sou. Uma ou outra vez tentei mudar. A pedidos, confesso, mas falhei. E eu não gosto de falhar. Por isso eu sou assim. É infalível. Puno quem falha, não as permito, muito menos vindas de mim. Puno quem contradiz, quem contrapõe-se a mim.
Eu nunca consegui, e nunca conseguirei, explicar o que passa dentro de mim. Não diria que é simples, porque, além de eu não gostar do simples, seria hipócrita da minha parte afirmar isto. Por outro lado, “complexo” não é bem a palavra que me define. Sou assim. Indecifrável.
Minha torre de comando é minha mente, e minha alma é apenas um empecilho a mais. Pesa; faz de mim corcunda. Não que isso seja realmente um problema, só o digo para tentar libertar isso de mim, e mostrar-lhe que nem gênios são perfeitos.
Tornei o sofrimento meu instrumento de trabalho, e a preocupação com o que vem do outro a minha profissão, meu hobby, minha vida. E tudo o que a envolve – mesmo que tudo seja pouco.
Enjoy, :*
Serial Killer
Maquinalmente vou criando planos; mirabolantes para alguns, completamente efetuáveis para mim. Independem de bons motivos: para mim sendo motivo já é bom. Meu cérebro é uma engrenagem que não pára um segundo sequer; não se cansa nunca.
Alguns chamam de doença, eu chamo de dom. Tenho absoluta certeza que não é qualquer um que consegue fazer o que eu faço. Já fui chamada de louca e esquisofrênica, mas tudo o que fiz foi em sã consciência.
Minha sede não é de sangue, é de dor. Da dor alheia, do choro, do desespero, do chamado do outro. Soa frio, eu sei, eu sou. Uma ou outra vez tentei mudar. A pedidos, confesso, mas falhei. E eu não gosto de falhar. Por isso eu sou assim. É infalível. Puno quem falha, não as permito, muito menos vindas de mim. Puno quem contradiz, quem contrapõe-se a mim.
Eu nunca consegui, e nunca conseguirei, explicar o que passa dentro de mim. Não diria que é simples, porque, além de eu não gostar do simples, seria hipócrita da minha parte afirmar isto. Por outro lado, “complexo” não é bem a palavra que me define. Sou assim. Indecifrável.
Minha torre de comando é minha mente, e minha alma é apenas um empecilho a mais. Pesa; faz de mim corcunda. Não que isso seja realmente um problema, só o digo para tentar libertar isso de mim, e mostrar-lhe que nem gênios são perfeitos.
Tornei o sofrimento meu instrumento de trabalho, e a preocupação com o que vem do outro a minha profissão, meu hobby, minha vida. E tudo o que a envolve – mesmo que tudo seja pouco.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Delírios de um louco consciente
Estava conversando com a Patrícia a uns dois dias atrás, e papo vai papo vem, mostrei a ela uns textos meus já bem antigos. Nenhum deles tem muito a ver com os que escrevo hoje em dia, em questão de tema e tudo mais, são completamente opostos. Mas, but, o lance é que ela gostou, e sugeriu que eu postasse um desses textos, e como eu não sei dizer não para essa coisinha magricelinha, hoje, diretamente do fundo do baú da (in)felicidade; Delírios de um louco consciente! Espero que gostem. :D
Delírios de um louco consciente
Vozes diabólicas saem do meu armário,
Garras assustadoras se debatem inquietas em baixo de minha cama.
Vultos brancos silenciosamente passam pela minha janela,
E a fundo do escuro de meu quarto, sinto que algo me chama.
Perdido nas memórias de antigas noite intermináveis,
Sinto-me tão frágil como aquelas fracas e amedrontadas crianças.
Não há pensamento positivo que me ajude a enfrentar minha sombra,
Pois ao saber que o pior se aproxima, simplesmente perco as esperanças.
Gritos desesperados ecoam por toda extensão de minha mente,
Cicatrizes antigas inevitavelmente se abrem no meu peito,
Filetes de sangue repentinamente escorrem por meu corpo,
Dores insuportaveis atingem intensamente o meu ser imperfeito.
Sonhos e desejos se transformam em um frio pesadelo da vida real,
O prazer e a mentira colidem com a dura realidade em que agora estou.
Meus dias de criatura impura deixaram marcas que jamais serão esquecidas,
Foram tamanhos os meus erros, que hoje, sinto medo do que fui, e nojo do que sou.
Malditos demônios que matam minhas noites de sono,
Quem me dera tivesse força para exilá-los eternamente da minha vida.
Mas não a vela nem reza que seja capaz de faze-los sumir,
Então, conformado com a verdade, desisto de lutar nessa batalha perdida.
André Yonezawa
08/12/06
Delírios de um louco consciente
Vozes diabólicas saem do meu armário,
Garras assustadoras se debatem inquietas em baixo de minha cama.
Vultos brancos silenciosamente passam pela minha janela,
E a fundo do escuro de meu quarto, sinto que algo me chama.
Perdido nas memórias de antigas noite intermináveis,
Sinto-me tão frágil como aquelas fracas e amedrontadas crianças.
Não há pensamento positivo que me ajude a enfrentar minha sombra,
Pois ao saber que o pior se aproxima, simplesmente perco as esperanças.
Gritos desesperados ecoam por toda extensão de minha mente,
Cicatrizes antigas inevitavelmente se abrem no meu peito,
Filetes de sangue repentinamente escorrem por meu corpo,
Dores insuportaveis atingem intensamente o meu ser imperfeito.
Sonhos e desejos se transformam em um frio pesadelo da vida real,
O prazer e a mentira colidem com a dura realidade em que agora estou.
Meus dias de criatura impura deixaram marcas que jamais serão esquecidas,
Foram tamanhos os meus erros, que hoje, sinto medo do que fui, e nojo do que sou.
Malditos demônios que matam minhas noites de sono,
Quem me dera tivesse força para exilá-los eternamente da minha vida.
Mas não a vela nem reza que seja capaz de faze-los sumir,
Então, conformado com a verdade, desisto de lutar nessa batalha perdida.
André Yonezawa
08/12/06
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Continuação...
(...)O olhar, a boca, as palavras, o jeito que seus braços me envolviam, e eu me apaixonava cada vez mais.
E como todo bom romance, logo vieram nossos problemas. Começou com a família dela, ‘moço mais velho e de cidade grande não é certo!’, ‘ ta querendo alguma coisa, ou tem coisa aí!’, “ onde já se viu moço formado namorar menininha?’ , e eles tinham razão – em partes-. Era sete anos mais velho, ela 16 e eu 23. Não conseguia viver uma noite sequer sem sair, mas certo eu era, não fumava e bebia pouco. Estudava e tinha um bom conhecimento, e falando nos estudos, foram eles que mais nos separaram, não que tivessem escrito nosso óbito. Minha família é descendente de Italianos, tanto que eu sei a língua, e desde quando era um pequerrucho queriam me mandar para Itália para estudar. E fui. Deixei minha menina, aqui, sozinha. Meu broto crescer sem mim. Mas assim foi, na semana da minha partida ela havia voltado para sua cidade, e seus pais não deixavam a um bom tempo nos vermos. Não teria tempo de ir para lá, e ficaria na Itália durante quatro anos, exatos, iria numa quinta feira, e pretendia voltar em outra. E é nesse ponto que as rosas entram, fiz uma promessa a Iaiá onde as rosas se encaixavam. Na quinta feira da minha partida, mandei a ela um buquê de rosas brancas e vermelhas com um cartão, e nele estava escrito: “Do nosso amor, a gente é quem sabe pequena. Prometo lhe mandar rosas durante todas quintas feiras. Se elas não chegarem, olhe pela janela”. E seguia logo abaixo um endereço para ela me mandar cartas enquanto estava fora.
E foi assim, durante meus quatro anos na Itália, e esses foram bons...Mas também não via a hora de voltar, sentia vontade de abraça-la, sentir seu perfume e ver os girassóis. Como disse anteriormente, voltei numa outra quinta feira, com uma semana de atraso, mas pelo menos, voltei. Nesse dia as rosas não chegaram para ela, e a boa moça olhou pela janela como eu disse para fazer, e ela encontrou-as, só que agora, seguras pelos meus braços.
- Está tarde para um café?
E ela veio me receber com um sorriso de orelha a orelha. Estava com um ar mais de moça, e vestia um vestido daquele tomara-que-caia, preto, e com um colar de pérolas cinza. Foi naquela noite o meu pedido, não houve um namoro verdadeiro antes, mas optei por um casamento verdadeiro depois.
Já tinha planejado, se o pai dela aceitasse, moraríamos em Campinas ou até mesmo ali na cidadezinha, caso ele recusasse, fugiríamos para a Itália, onde eu já bem conhecia. Pena este ultimo não ter dado certo, teria sido uma grande aventura casarmos escondidos, mas foi impedido pelo pai dela, pois ele aceitou de primeira meu pedido, disse que agora, eu já estava preparado. Eu cheguei em Janeiro e nos casamos em junho, eu com 27 e ela com 20. Tivemos cinco filhos - eram seis na realidade, mas um nasceu de seis meses e não sobreviveu. Nos mudamos para Campinas então, comecei a trabalhar como advogado, e ela ficou em casa cuidando dos nossos filhos.
Admito ter passado por uma fase cheia de brigas e nervosismo, mas toda quinta feira ela se apaixonava por um botão de rosa... E assim, mantenho minha promessa até hoje, esperando que ela se apaixone cada vez mais e não me esqueça, nunca.”
Terminou o pedaço de sua história voltando a olhar para baixo e deixando que de seus olhos caísse uma gotícula de lágrima, perguntei a ele como Iaiá poderia o esquecer depois de tantos acontecimentos e de tantas rosas, e ele finalmente levantou, agora, para responder a minha pergunta e dar um rumo na vida que lhe resta.
“Meu bem, agradeço-lhe pela conversa, mas tenho que me apressar, o cemitério fechará em uma hora! E ainda tenho que entregar as minhas rosas a minha pequena, afinal, hoje é quinta-feira... E se cumpri minha promessa durante quase 50 anos, não deixarei um só dia passar daqui para frente. Deve estar se perguntando porque ainda falo dela no presente e uso este símbolo, e digo a você que saberá apenas quando suas mãos se encaixarem em um outro alguém, um alguém que você passará a vida amando, e se lembrando depois e depois. Agradeço-lhe mesmo, de coração! Espero encontrar-lhe na próxima semana, de preferência no mesmo horário, para poder contar mais algumas coisas e lhe explicar sobre outras...”
Fiquei sem palavras no momento, apenas surpresa, sem saber se respondia com um “sinto muito” ou deixaria passar, mas mesmo que fosse responder algo seria tarde demais. O senhor já estava do outro lado da rua, e logo se perderia na multidão, sendo talvez possível vê-lo apenas por sua boina nublada.
“Iaiá, se eu peco é na vontade de ter um amor de verdade, pois é, que assim em ti eu me atirei...” Los Hermanos
É sempre amor, mesmo que acabe.
Com ela aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude.
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou. Bidê ou Balde
E como todo bom romance, logo vieram nossos problemas. Começou com a família dela, ‘moço mais velho e de cidade grande não é certo!’, ‘ ta querendo alguma coisa, ou tem coisa aí!’, “ onde já se viu moço formado namorar menininha?’ , e eles tinham razão – em partes-. Era sete anos mais velho, ela 16 e eu 23. Não conseguia viver uma noite sequer sem sair, mas certo eu era, não fumava e bebia pouco. Estudava e tinha um bom conhecimento, e falando nos estudos, foram eles que mais nos separaram, não que tivessem escrito nosso óbito. Minha família é descendente de Italianos, tanto que eu sei a língua, e desde quando era um pequerrucho queriam me mandar para Itália para estudar. E fui. Deixei minha menina, aqui, sozinha. Meu broto crescer sem mim. Mas assim foi, na semana da minha partida ela havia voltado para sua cidade, e seus pais não deixavam a um bom tempo nos vermos. Não teria tempo de ir para lá, e ficaria na Itália durante quatro anos, exatos, iria numa quinta feira, e pretendia voltar em outra. E é nesse ponto que as rosas entram, fiz uma promessa a Iaiá onde as rosas se encaixavam. Na quinta feira da minha partida, mandei a ela um buquê de rosas brancas e vermelhas com um cartão, e nele estava escrito: “Do nosso amor, a gente é quem sabe pequena. Prometo lhe mandar rosas durante todas quintas feiras. Se elas não chegarem, olhe pela janela”. E seguia logo abaixo um endereço para ela me mandar cartas enquanto estava fora.
E foi assim, durante meus quatro anos na Itália, e esses foram bons...Mas também não via a hora de voltar, sentia vontade de abraça-la, sentir seu perfume e ver os girassóis. Como disse anteriormente, voltei numa outra quinta feira, com uma semana de atraso, mas pelo menos, voltei. Nesse dia as rosas não chegaram para ela, e a boa moça olhou pela janela como eu disse para fazer, e ela encontrou-as, só que agora, seguras pelos meus braços.
- Está tarde para um café?
E ela veio me receber com um sorriso de orelha a orelha. Estava com um ar mais de moça, e vestia um vestido daquele tomara-que-caia, preto, e com um colar de pérolas cinza. Foi naquela noite o meu pedido, não houve um namoro verdadeiro antes, mas optei por um casamento verdadeiro depois.
Já tinha planejado, se o pai dela aceitasse, moraríamos em Campinas ou até mesmo ali na cidadezinha, caso ele recusasse, fugiríamos para a Itália, onde eu já bem conhecia. Pena este ultimo não ter dado certo, teria sido uma grande aventura casarmos escondidos, mas foi impedido pelo pai dela, pois ele aceitou de primeira meu pedido, disse que agora, eu já estava preparado. Eu cheguei em Janeiro e nos casamos em junho, eu com 27 e ela com 20. Tivemos cinco filhos - eram seis na realidade, mas um nasceu de seis meses e não sobreviveu. Nos mudamos para Campinas então, comecei a trabalhar como advogado, e ela ficou em casa cuidando dos nossos filhos.
Admito ter passado por uma fase cheia de brigas e nervosismo, mas toda quinta feira ela se apaixonava por um botão de rosa... E assim, mantenho minha promessa até hoje, esperando que ela se apaixone cada vez mais e não me esqueça, nunca.”
Terminou o pedaço de sua história voltando a olhar para baixo e deixando que de seus olhos caísse uma gotícula de lágrima, perguntei a ele como Iaiá poderia o esquecer depois de tantos acontecimentos e de tantas rosas, e ele finalmente levantou, agora, para responder a minha pergunta e dar um rumo na vida que lhe resta.
“Meu bem, agradeço-lhe pela conversa, mas tenho que me apressar, o cemitério fechará em uma hora! E ainda tenho que entregar as minhas rosas a minha pequena, afinal, hoje é quinta-feira... E se cumpri minha promessa durante quase 50 anos, não deixarei um só dia passar daqui para frente. Deve estar se perguntando porque ainda falo dela no presente e uso este símbolo, e digo a você que saberá apenas quando suas mãos se encaixarem em um outro alguém, um alguém que você passará a vida amando, e se lembrando depois e depois. Agradeço-lhe mesmo, de coração! Espero encontrar-lhe na próxima semana, de preferência no mesmo horário, para poder contar mais algumas coisas e lhe explicar sobre outras...”
Fiquei sem palavras no momento, apenas surpresa, sem saber se respondia com um “sinto muito” ou deixaria passar, mas mesmo que fosse responder algo seria tarde demais. O senhor já estava do outro lado da rua, e logo se perderia na multidão, sendo talvez possível vê-lo apenas por sua boina nublada.
“Iaiá, se eu peco é na vontade de ter um amor de verdade, pois é, que assim em ti eu me atirei...” Los Hermanos
É sempre amor, mesmo que acabe.
Com ela aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude.
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou. Bidê ou Balde
terça-feira, 5 de maio de 2009
Primeiro e Último Romance
Deixo aqui mais um texto, mas venho informa-los de que será dividido em dois posts, estes serão seguidos, e depois a ordem voltará ao normal.
Menina
Gosto de andar pelas ruas observando os rostos das pessoas, os quais mais admiro são os de senhores e senhoras, eles vivem a me intrigar. Por cada marca há uma grande história a ser contada. Imagino-me um dia chegar a essa condição, e poder contar as minhas aventuras e desventuras para outra geração.
Pois bem, destaco aqui um senhor, do qual me lembro todas quintas-feiras, e quando vejo rosas em meu caminho, me lembro de suas bochechas envergonhadas ao contar sobre sua amada, e lembro-me também, de sua promessa.
Deixarei aqui, um pedacinho de sua história...
Tudo começa numa quinta-feira, estava ali, parada na rua conceição, no centro de Campinas, esperando meu namorado me buscar, acabara de sair do curso técnico. Liguei para o Rafael –meu namorado- e ele me avisou que teria de esperar por uma hora e meia, estava voltando de São Paulo, vindo de uma reunião.
O sangue me ferveu, tínhamos combinado às 17 em ponto, e só conseguiria sair dali as 18:30!
Teria de arranjar algo para me distrair, foi ai que os rostos passaram a me chamar à atenção, ficava a olhar o movimento.
Mas teve alguém que realmente me chamou a atenção, alguém em especial.
Um senhor admirando e escolhendo flores do outro lado da rua, vi pegar umas cinco ou seis rosas, brancas e vermelhas, escolheu as maiores e mais bonitas.
E se sentou num banco da praça para continuar admirá-las com seus olhos baixos e seu sorriso de alguns poucos dentes verdadeiros. Parecia se sentir feliz, seu sorriso maroto não se escondia, estava usando uma boina, uma camisa xadrez e uma calça social, todas com diferentes tons de cinza, usava suspensório, e agora olhava calmamente ao seu redor, pegou-me no olhar e continuou a sorrir, decidiu se levantar, veio em minha direção e sentou no banco próximo a mim.
“Bonitas?” Perguntou me mostrando as rosas, não consegui conter o sorriso, e respondi que eram lindas na realidade, perguntei ainda para quem eram, ele olhou para o chão e me mostrou a mão, indicando a aliança de casado, “O nome dela é Iaiá”.
“Romântico a moda antiga”, pensei comigo. “O Rafael não me da flores, me deu uma vez, como pedido de desculpa e nunca mais as vi”.
Vi que o senhor queria contar suas palavras para mim. Queria cuspi-las, como se precisasse de um desabafo.
Sentei-me ao seu lado, olhei para ele e pedi para que me contasse um pouco mais sobre essa Iaiá. Continuou com os olhos baixos, mas não temia em esconder o sorriso, disse que iria contar-me como a conheceu e o que passaram, perguntou se meus ouvidos estavam preparados para uma longa história, fiz que sim com a cabeça e fiquei na expectativa, quando olhou em meus olhos, começou...
“Sabe minha jovem, não consigo me imaginar procurando por um amor nos dias de hoje, parece que é tanta gente pr’um lugar só, é tanto pega ali, e pega aqui, que você já não sabe mais quem é. Antigamente parecia algo complicado para nós, mas olho hoje, e vejo como era mais fácil. As sextas-feiras nos encontrávamos em praças ao anoitecer, as moças tinham hora para se recolher, as 22. Era bonito. Anunciávamos nossas pretendentes (como não sabíamos seus nomes, dizíamos para o locutor como estavam vestidas, as cores dos laços e vestidos) e oferecíamos a elas, no intervalo da banda, músicas românticas, melosas. Foi assim que a encontrei, depois de tantos perdidos na vida, pude encontra-la.Lembro que estava anoitecendo, foi uma das primeiras a chegar, chamou minha atenção desde o primeiro momento, sorridente e formosa. Era amiga da minha prima, mas nunca tinha visto ela, diziam que não era de Campinas, era de uma cidadezinha menor, aqui perto também, de família boa. Boa moça.
Pedi para tocar um Peixoto. Fiquei esperando a banda tocar, e enquanto tocava e esperava, comecei a procura-la com a cabeça, estava num vestido vermelho até os joelhos, preso na cintura por um cinto branco, sapato branco de salto alto e um laço vermelho com bolinhas pretas, os cachos do cabelo modelavam seu rosto delicado e suas maças rosadas, um batom vermelho delineava a boca da moça, e seus olhos me lembravam um girassol, eram verdes, mas no meio um tom de amarelo, transformando-os em pétalas. Uma graça. Ali foi a primeira vez. Minha prima me apresentou a ela na mesma noite. Eu Roberto, e ela Iaiá e nossas mãos se encaixaram naquele mesmo instante. Achei engraçado chamá-la de “Iaiá”, uma menina que chamava menina. Começamos um namorico escondido, mas admito que consegui abraça-la, envolvendo-a completamente entre os meus braços, somente depois de dois meses.
Menina
Gosto de andar pelas ruas observando os rostos das pessoas, os quais mais admiro são os de senhores e senhoras, eles vivem a me intrigar. Por cada marca há uma grande história a ser contada. Imagino-me um dia chegar a essa condição, e poder contar as minhas aventuras e desventuras para outra geração.
Pois bem, destaco aqui um senhor, do qual me lembro todas quintas-feiras, e quando vejo rosas em meu caminho, me lembro de suas bochechas envergonhadas ao contar sobre sua amada, e lembro-me também, de sua promessa.
Deixarei aqui, um pedacinho de sua história...
Tudo começa numa quinta-feira, estava ali, parada na rua conceição, no centro de Campinas, esperando meu namorado me buscar, acabara de sair do curso técnico. Liguei para o Rafael –meu namorado- e ele me avisou que teria de esperar por uma hora e meia, estava voltando de São Paulo, vindo de uma reunião.
O sangue me ferveu, tínhamos combinado às 17 em ponto, e só conseguiria sair dali as 18:30!
Teria de arranjar algo para me distrair, foi ai que os rostos passaram a me chamar à atenção, ficava a olhar o movimento.
Mas teve alguém que realmente me chamou a atenção, alguém em especial.
Um senhor admirando e escolhendo flores do outro lado da rua, vi pegar umas cinco ou seis rosas, brancas e vermelhas, escolheu as maiores e mais bonitas.
E se sentou num banco da praça para continuar admirá-las com seus olhos baixos e seu sorriso de alguns poucos dentes verdadeiros. Parecia se sentir feliz, seu sorriso maroto não se escondia, estava usando uma boina, uma camisa xadrez e uma calça social, todas com diferentes tons de cinza, usava suspensório, e agora olhava calmamente ao seu redor, pegou-me no olhar e continuou a sorrir, decidiu se levantar, veio em minha direção e sentou no banco próximo a mim.
“Bonitas?” Perguntou me mostrando as rosas, não consegui conter o sorriso, e respondi que eram lindas na realidade, perguntei ainda para quem eram, ele olhou para o chão e me mostrou a mão, indicando a aliança de casado, “O nome dela é Iaiá”.
“Romântico a moda antiga”, pensei comigo. “O Rafael não me da flores, me deu uma vez, como pedido de desculpa e nunca mais as vi”.
Vi que o senhor queria contar suas palavras para mim. Queria cuspi-las, como se precisasse de um desabafo.
Sentei-me ao seu lado, olhei para ele e pedi para que me contasse um pouco mais sobre essa Iaiá. Continuou com os olhos baixos, mas não temia em esconder o sorriso, disse que iria contar-me como a conheceu e o que passaram, perguntou se meus ouvidos estavam preparados para uma longa história, fiz que sim com a cabeça e fiquei na expectativa, quando olhou em meus olhos, começou...
“Sabe minha jovem, não consigo me imaginar procurando por um amor nos dias de hoje, parece que é tanta gente pr’um lugar só, é tanto pega ali, e pega aqui, que você já não sabe mais quem é. Antigamente parecia algo complicado para nós, mas olho hoje, e vejo como era mais fácil. As sextas-feiras nos encontrávamos em praças ao anoitecer, as moças tinham hora para se recolher, as 22. Era bonito. Anunciávamos nossas pretendentes (como não sabíamos seus nomes, dizíamos para o locutor como estavam vestidas, as cores dos laços e vestidos) e oferecíamos a elas, no intervalo da banda, músicas românticas, melosas. Foi assim que a encontrei, depois de tantos perdidos na vida, pude encontra-la.Lembro que estava anoitecendo, foi uma das primeiras a chegar, chamou minha atenção desde o primeiro momento, sorridente e formosa. Era amiga da minha prima, mas nunca tinha visto ela, diziam que não era de Campinas, era de uma cidadezinha menor, aqui perto também, de família boa. Boa moça.
Pedi para tocar um Peixoto. Fiquei esperando a banda tocar, e enquanto tocava e esperava, comecei a procura-la com a cabeça, estava num vestido vermelho até os joelhos, preso na cintura por um cinto branco, sapato branco de salto alto e um laço vermelho com bolinhas pretas, os cachos do cabelo modelavam seu rosto delicado e suas maças rosadas, um batom vermelho delineava a boca da moça, e seus olhos me lembravam um girassol, eram verdes, mas no meio um tom de amarelo, transformando-os em pétalas. Uma graça. Ali foi a primeira vez. Minha prima me apresentou a ela na mesma noite. Eu Roberto, e ela Iaiá e nossas mãos se encaixaram naquele mesmo instante. Achei engraçado chamá-la de “Iaiá”, uma menina que chamava menina. Começamos um namorico escondido, mas admito que consegui abraça-la, envolvendo-a completamente entre os meus braços, somente depois de dois meses.
Assinar:
Postagens (Atom)