sábado, 25 de julho de 2009

Meio Par

Não me soquem (mesmo sabendo que eu mereço) por conta deste texto. Encontrei-o perdido aqui, e honestamente não consegui escrever um novo para a postagem. Um dia eu re-posto esse daqui um pouco "melhorado" hehe.
Beijo


Ela já sabia que seria um desastre desde o começo. Conhecia-o da escola, quando ela tinha 14 anos, ele 15. Tão boba. Fazia todas as vontades dele, e mesmo assim ele a tratava como “algo”. Mais boba porque ainda desse jeito levou adiante.
Estava apaixonada, e ele queria aventurar-se. Acabou que se casaram aos 21 anos dele, e ela engravidou. Se tudo estava errado antes, com o casamento ficou muito pior.
A ingênua começou a enxergar a realidade. Seu marido nunca estava feliz. Queria o que via na televisão, cobiçava o que era dos outros, não se contentava com o que tinha. Nem com a esposa. Além de tudo era cínico:
- Diz que a gente sempre foi um par! – falava para a mulher.
Estava sempre na rua, nunca o encontrava em casa. Finais de semana, então! Achavam que tinha morrido. Saía no domingo para jogar sabe-se lá o quê (mas o troféu nunca aparecia!), e só voltava no raiar da segunda-feira.
Até que um dia provou do próprio remédio e perguntou para a mulher:
- Como é que um filho meu é tão diferente assim de mim? – e deu-se o fim.



Inspirado na música Um Par dos Los Hermanos.

domingo, 19 de julho de 2009

Aos meus queridos pais

Terça feira, dia 14 de julho, foi o aniversário de casamento dos meus pais... 25 anos, bodas de prata.
Escrevi uma pequena mensagem de agradecimento a eles, e quero, pelo tanto que significou para todos de minha família, compartilhar com quem por um acaso quiser ler. Sem muitas outras palavras. Um abraço a todos, e até a próxima.


Aos meus queridos pais


Ao começar a escrever tais palavras, pensei que, como filho mais novo, teria muito pouco a dizer, pois dos vinte e cinco anos que hoje se completam, estive presente por somente dezesseis. Não tenho lembranças de tudo que aconteceu neste meu pouco tempo com vocês, mas tenho em minhas memórias mais do que o suficiente para agradecer por ter sido fruto de pessoas tão maravilhosas.

Benedito Aurélio, meu pai, muitas vezes o vi em situações ruins, derivadas de seu trabalho ou de outros muros que se ergueram em seu caminho, ainda assim, você nunca se deixou entregar, por mais nessas horas fossem escassas as soluções, sempre as buscou com fé, e ao final sagrou-se vencedor, servindo assim de exemplo para mim, por sua honestidade e perseverança.

Esther Augusta, querida mãe, sua fineza e ponderação, dentre suas muitas outras qualidades, sempre me serviram de base para qualquer desafio. Aprendi bem com a senhora, que não se consegue nada sem paciência e calma no coração, e que mais importante que vencer, é saber manter-se firme e racional mesmo quando derrotado.

Meus pais, vocês juntos construíram esta ponte de amor sobre a qual hoje nossa família se mantem. Todas as suas lições de solidariedade, força e caráter foram essenciais para a minha formação como pessoa, assim como sei que também foram para minhas irmãs, as suas filhas Mônica e Renata.

Hoje, em suas bodas de prata, como forma de parabenizá-los e agradece-los, teço estas singelas palavras que neste pequeno discurso, retratam uma minúscula parcela de todo o amor e carinho que sinto por vocês, meus pais.


segunda-feira, 13 de julho de 2009

Vitalício!

Não queria postar bem esse texto, mas na falta de um...

Se lhe fosse contar a vida, morreria antes de terminar. Não que eu seja velho demais, mas a Vida é um tanto quanto detalhista. Seus olhos vêem tudo o que a Morte não alcançaria, e tudo o que para você é absurdamente pouco. Entretanto, para ela, é inexpugnável; novo; absoluto; belo; entristecedor...
Meus olhos são a janela para a Vida e minha boca, a porta. As pernas são a única liberdade a qual possuo e meus braços são exatamente as escolhas que tomo. Todo resto é resto em si, mas resto esse importante, que completa a mim; a nós, extremamente vital.
Se pensarmos e planejarmos a Vida veremos que restarão alguns poucos anos de contentamento com o ‘lucro’ produzido nela (nossos filhos, companheiros, amigos, carreira, e o resto...). Se pensássemos todos os dias nela, cairíamos tantas e tantas vezes que força alguma seria capaz de nos levantar.
Felizes são aqueles que deixam a Vida conduzi-los, não aqueles que a conduzem. Aqueles que saem sem rumo em busca de algo utópico e ‘opioso’, junto a ela”.
O destino, se assim posso chamá-lo, é incerto.
Ah a vida...Tão autodestrutiva!
Se tudo está bem como está, ela encontra alguma maneira de nos mostrar o defeito da situação, mas do mesmo modo, imperdoavelmente, mostra-nos a felicidade em um simples gesto.
- E as pessoas?
- Estão se refugiando atrás de papeis e níqueis, pondo -se sob a religião e colocando a culpa, em ninguém nada mais nada menos, do que ela: a Vida.
Felizes aqueles que sabem se culpar e tornam a Vida uma companheira, aliada, ou apenas alguém para se ignorar. Apenas algum outro e qualquer dentro dessa humanidade”.
Pobre Vida...E pensar que ela vai embora daqui tão rápido!
Não desmerecendo a nós também, pois a Vida sabe ser traiçoeira feita cobra, mas ainda há aqueles que sabem bem a aproveitar.Aqueles que sabem viver com intensidade e sem planejar o que se espera. Aquelas mesmas pessoas que acordam em dias ruins, como quaisquer outros; como eu, você, mas que olham e vem que a Vida é um tanto quanto passageira para nós e logo ela pegará o primeiro ponto de partida e nos deixará, sendo assim, segundo algum é mínimo o suficiente para perdemos.
Pois bem, o que tenho a dizer: somente aproveite...
Que esta seja outra proclamação da vida, outra em tantas outras que permanecem por aí.

domingo, 5 de julho de 2009

Trova de saudade




Qualquer lua, sem estrelas
É só lua solitária
Alumia sob as telhas
O resôo da toada

De um triste trovador
Trovejando pra'espantar
O que só lhe traz a dor
E emudece o cantar.

É saudade que rasteja
Sorrateira pelo meu
Céu que já é só quieteza
Sem a benção de Orfeu.

A garganta tece seca
Versos que voam com o vento
Água alguma que se beba
Faz vencer o desalento.

Canta trovador, encanta!
As estrelas vão-se embora.
Canta trovador, que tanta
Lua assim sozinha, chora.


André Yonezawa
02/07/09