segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Silêncio

Oi gente! Pois é, eu sei que eu sumi. E que o blog tá meio abandonadinho... mas temos uma justificativa: pessoal, os três integrantes deste blog tão querido está em ano de vestibular. E isso é sinônimo de: correria, tensão e desespero. Peço desculpas em nome dos três, mas é que está realmente complicado.

Comentário deste post de hoje: não é o melhor que eu posso fazer, eu sei. ;_;

Silêncio

A vida exige muito de cada um de nós, às vezes um esforço contra a natureza humana. Dentro de cada um de nós existe uma auto-cobrança anormal: de agradar ao marido, de pôr comida na mesa, de estar feliz o tempo tempo, de compreender tudo o que acontece a nossa volta... E esquecemos que somos humanos.
Há momentos que a gente precisa fugir da rotina, dos medos, dos tormentos, das pessoas, das lágrimas e até dos sorrisos. Certas horas a gente precisa de um refúgio de nós mesmos. Precisamos esquecer do tempo, da mente, da alma. Às vezes a gente só precisa de silêncio. De nos transmitir a um mundo unicamente nosso, de sonhar, de nos elevar.
O silêncio é amigo, companheiro. Quando a vida está no limite, ele lhe auxilia, ajuda, guia. Ele vai lhe mostrar a saída das suas aflições. Ele conforta, e nos faz enxergar detalhes da vida que não estão em tanta evidência.
Na sua libertação de si mesmo, o silêncio é a melhor fuga.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Janela de Passagem

(parte 7)

Os degraus terminavam juntamente com aquela vida de conforto que durou aproximadamente 18 anos. Fernando, enfim, deixaria aquela casa carente em busca de outras ilusões.
Pelo barulho da madeira, Morena sabia que seu filho esperava seu ultimo toque: se dissesse não, sairia na manhã seguinte, escondido; se dissesse sim, teria o sorriso do filho, um abraço, um adeus, e a incerteza...Mas a incerteza de que?
Virou-se; olhou com aquele aperto de coração materno para o filho, e... apenas olhou.
“Desse jeito coração nenhum aguenta”.
Preferiu, não falar sobre o sim ou não; preferiu deixar por conta da vida traiçoeira que o guiaria dali para frente; preferiu dar um abraço envolvendo-o como se tivesse apenas cinco anos, sendo apenas o seu menininho.
‘Vai...Vai além dessa janela se tem oportunidade, e se der, volta um dia pra me buscar.’
‘...Eu volto mãe, eu volto.’
‘Vai e volta com Ele.’
Sorriu dentro daquele contexto apertado e baixou os olhos.
Baixou os olhos só pra’quela janela ver.
Voltara a espera de Seu José.

Fernando levantou as trouxas com aquele ar de leveza, e sentiu-se livre pela primeira vez.
E a primeira vez que se sente a liberdade correr as veias, é única.
Escutando a porta bater, Morena entendeu. Entendeu o que era a incerteza que a assustava alguns minutos antes, era a incerteza de aquele filho, o único que podia protege-la, nunca mais voltar.