quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Breve análise do amor como bem indispensável de uma sociedade consumista

Meus queridos, O Amor é muito simples! Diferente de uma casa de pau com lareira de madeira, ele não incendeia. Não se preocupe então em ter um extintor de incêndio por perto antes de amar.
Presumo que ele também não seja venenoso, visto que nunca vi ninguém morrer depois de dar ou receber rubras rosas preciosas e românticas, exceto é claro, quando dentro do buquê vem uma colméia de abelhas de brinde, coisa que não é muito comum... Eu acho.
Não é radioativo, disso eu tenho certeza! Quando alguém perto de você disser "Meu coração está para explodir de amor", não corra para o abrigo antibomba mais próximo, será muito deseducado! A explosão de um coração apaixonado não libera partículas Beta, aliais, um coração explodindo libera no máximo uns litros de sangue e algumas víceras. Coisa boba!
O ponto que quero chegar é; Se o amor fosse um produto, seria não-perecível, do tipo que você doa em eventos beneficentes. Seria também de livre acesso, nada de "Manter fora do alcance de crianças". Fora do alcance, fora do alcance, ORAS! Deixe mais é que as crianças aprendam a usar o amor, aprendam a amar. Já temos tão pouco nessa vida, e ainda nos vem com "O amor machuca". O amor não machuca, as pessoas é que machucam. E para esses casos, temos novamente o amor! Tem remédio melhor? Você vai ao médico e diz "Doutor, sou um doente do coração amargurado", e o doutor, com toda a sabedoria do mundo responde; "Meu rapaz, vá até o mercado, a choperia, ou qualquer lugar mais próximo, e arranje uma boa dose de um novo amor". Pronto, está ai a cura, é só buscá-la. Só pra constar, não daria certo vender o amor em farmácias. Ele certamente teria uma porção de genéricos, e, apesar de ninguém querer um amor genérico para si, todo mundo iria comprar. Sabe como é, brasileiro adora um troço mais barato.
Se fosse um doce, o amor seria um bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Diferente daqueles bolos de festa enfeitados com glacê, chantily, pasta americana e galhos de árvores silvestres, o bolo de cenoura é simples em sua essência. É delicioso, todo mundo gosta, e cai como luva em qualquer dia da semana. O bolo de festa, diga-se de passagem, cai sempre como uma bota. Uma bota no estômago.
O amor talvez devesse mesmo ser um bem de consumo que desse pra comprar no mercado, na mercearia, e que pudesse ser comido todos os dias da semana para adocicar a vida. Tem tanta gente ai no mundo, e tão pouco amor sendo produzido... Depois, quando mecanizarem a produção e começar a vir amor sintético embalado à vácuo, ninguém vai querer comprar. Também, cá para nós, máquina não sabe fazer amor, só a gente sabe.

2 comentários:

  1. Dré!!!! Dude, amei amei amei esse texto! Tão bem escrito, tão divertido, tão leve, tão ótimo! Que orguio. :B

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