quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O poço

A batida quebra o peito,
Infiltra na alma
E afoga o ser.

O ser afogado não nada,
Bóia no Nada
É tudo ou nada.

Quem nada não sabe seu rumo
Eu vivo, ou sumo?
Sou peixe? ou pedra?

Se pedra, bem sente que pesa
Afunda, tem pressa,
Pro fundo do poço.

Do poço, não se vê o céu,
Se escorre pra terra,
Se vaga ao léu.

Ao léu, se encontra o topo
De um lado ou de outro
Porém ambos loucos.

Batida no peito da alma do ser... Afoga no nada da pedra do poço...
Só somos iguais, dos pés ao pescoço.



"O Buraco do espelho está fechado... Agora tenho que ficar aqui."
Arnaldo Antunes

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